Lançado em 2014, o novo Classe C é novo em quase tudo. Mas o que mais salta a atenção é o seu design, com uma frente agressiva e uma traseira elegante que o tornam o mais belo do segmento e um dos mais belos carros do mercado.
Para compreender a importância do Classe C para a marca e para o mercado temos que recuar no tempo até à sua génese nos anos 80, altura em que foi lançado o aclamado 190. A decisão da sua construção foi uma das mais ponderadas da história da Mercedes, em causa estava a sua reputação, pela primeira vez na sua história ia sair da sua zona de conforto, as grandes berlinas de luxo, para entrar nas berlinas familiares.
A decisão da sua construção deveu-se, principalmente à crise petrolífera dos anos 70, sendo os carros da Mercedes até então carros de luxo, eram naturalmente mais gastadores. No entanto, esta era uma decisão arriscada, pois o segmento era um segmento onde quase todos os construtores generalistas marcavam presença e tinham créditos firmados
O resultado de tanta ponderação e cuidado foi o que se chama “over engineering”, ou seja, um carro à prova de tudo. E o resultado foi um êxito instantâneo.
Passados 33 anos o Classe C já não é o “Baby Benz” (como foi apelidado), esse título pertence ao Classe A, no entanto, é o carro mais vendido em todo o mundo pela Mercedes. Essa é a enorme responsabilidade que recaí sobre a 5ª geração e depois de 4 dias ao volante, podemos garantir que o objectivo foi alcançado.
O que mais se destaca nesta geração é o design, a Mercedes nunca gostou de arriscar com o seu best seller e o seu design nunca desiludiu, mas também nunca foi dos mais apaixonantes. E numa altura em que essa filosofia é seguida pelos rivais de Inglostad e Munique, a Mercedes toma a dianteira e apresentou um belo carro, apaixonante.
Se nos anos 80 o mercado era disputado por quase todas as marcas, no século XXI o tabuleiro é dominado por estas 3 marcas. Mas as prioridades são as mesmas: qualidade de produto e consumos reduzidos, e é nesta lógica que entra em cena o novo C300 Hybrid, o modelo que testámos.
Para quem não sabe como funciona um carro híbrido, resumidamente podemos dizer que se tratar de um automóvel com dois motores. Neste caso especifico um motor diesel, o sobejamente conhecido 2.2, neste caso com 204 cavalos e um motor eléctrico com 50 cv. Não se assuste com a gestão dos dois motores, sendo a sua utilização despoletada de acordo com as necessidades de momento e o modo de condução seleccionado (Eco, confort, Sport e Sport +). Nos dois primeiros modos ajuda nos consumos, reduzindo a carga exigida ao motor diesel, reduzindo os consumos. Nos dois modos desportivos entrega mais potencia ao eixo traseiro. Tornando a resposta ao acelerador instantânea (eliminado o turbo lag, ou seja, a demora da resposta do Turbo) e este modo é absolutamente viciante.
Tudo isto é comandado pelo centro multimédia, apelidado pela Mercedes de Command. No ecrã central, que parece um tablet inserido habilmente na consola central pode acompanhar o fluo de energia e potência entregue ao eixo traseiro. E também o carregamento das baterias, que acontece quando se trava. As vantagens? mais potência, menos consumo e menos imposto (Neste caso paga menos 2700€ de ISV que a versão 220 Bluetec, que utiliza o mesmo motor).
De motor e design exterior estamos falados, vamos sentar na posição mais desejada, a do condutor. Aqui somos o rei e senhor de toda a informação e dos controlos. E o controlo de todo passa pelo já referido Command. Que nesta geração inclui um “joystick” (na falta de melhor termo) táctil, onde por gestos podemos controlar tudo o que se passa no ecrã. Também podemos recorrer à tradicional roda.
No command conseguimos controlar tudo no carro, desde os settings de condução, ao rádio, GPS e multimédia. Esta funcionalidade elimina a maioria dos botões, tendo a consola central apenas os botões, quais teclas, para o ar condicionado. Dando um ar limpo e vanguardista a todo o habitáculo.
Na consola central encontramos apenas mais dois botões, um do volume multimédia e outro para seleccionarmos entre os modos de condução Eco, confort, Sport e Sport +. Pela Adrenalina que percorre o nosso corpo, preferimos o modo Sport +, embora a carteira preferia o Eco…
Para terminar, só temos que concluir que Mercedes fez um excelente trabalho e realmente conseguiu o melhor.